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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

E para você, o que significa Inovar?


Por Robert Alencar *
Vivemos um momento de diversidade, em que existe fácil acesso a pesquisa e informação. É muito fácil obter respostas para os mais diversos questionamentos. E para tirar-lhe da zona de conforto, e levá-lo a refletir sobre o conceito de Inovação, faço uma pergunta: “e pra você, o que significa inovar?”
Francamente, meu propósito não é obter respostas lógicas, certas ou erradas. Apenas quero provocar o assunto para observar a riqueza de conteúdo que as respostas certamente demonstrarão. E já que faço isso, começo falando sobre leituras relacionadas ao tema inovação.
Recentemente, li um artigo de Mário Ripperpublicado na Revista Inovação em Pauta (FINEP). Ripper fala de sua visão sobre a emergente necessidade brasileira de prover maior valor em todos os ramos de atividade, como forma de gerar mais e melhores empregos e tornar o país mais rico.
O texto me leva a pensar que gerar maior nível de especialização implica em capacitar e desenvolver a criatividade individual dentro das organizações. As empresas que se veem como ‘inovadoras’ devem, antes de tudo, internalizar acultura da inovação. Para isso, deve adotar práticas que estimulem a criação, desenvolvimento e participação de seus colaboradores em atividades que agreguem valor ao seu produto, bens ou serviços.
W. Chan Kim e Renée Mauborgne, especialistas do Insead de Fontainebleau, fazem uma análise interessante no livro ‘A estratégia do oceano azul’ (Ed. Campos, 2005). Para os autores, um mercado pode ser formado por dois tipos de oceano: um azul e outro vermelho.
oceano vermelho oferece uma competição tão acirrada que as águas tornam-se sangrentas, reduzindo-se (consequentemente) às expectativas de melhores resultados às empresas que nele navegam. A principal referência é o próprio concorrente.
Em contrapartida, o oceano azul é constituído por mercados intocados e por oportunidades altamente rentáveis de crescimento. As águas são amplas, profundas e inexploradas. Neste caso, é preciso criar demanda, em vez de disputá-la com a concorrência.
Quando uma empresa inova, oferecendo novas soluções aos clientes, ela muda completamente a dinâmica das relações de expectativa e satisfação. A organização ingressa definitivamente em um oceano azul. Se souber trabalhar adequadamente dentro desse conceito, colherá muitos benefícios.

Márcio Abraham e Ricardo Boacorci, em sua obra ‘Explosão da Inovação’ (Ed. EPSE, São Paulo – 2010), estabelecem uma analogia ao princípio da propagação das chamas, para definir inovação. A simplicidade do conceito me encantou. Para eles, a combustão – reação química exotérmica (que libera calor) – é a geradora da explosão. Essa reação ocorre pela combinação de três componentes que agem de forma complementar: comburente, combustível e calor. Na ausência de um destes componentes não há explosão.
O combustível é quem fornece a energia para a queima (gasolina, madeira, papel, pano, etc). O comburente é todo elemento que, associado quimicamente ao combustível, é capaz de fazê-lo entrar em combustão (oxigênio, cloro, bromo, enxofre). Por fim, o calor é o elemento necessário para iniciar a reação entre combustível e comburente. Pode ser uma faísca ou uma chama, sempre associados à temperatura de ignição, temperatura acima do qual um combustível pode queimar.
E o que a inovação tem a ver com isso? Para acontecer um processo inovador, também são necessários três elementos: ambiente inovador, que age como comburente, alimentando e permitindo que a inovação ocorra; a capacidade interna da empresa, que age como o combustível, propagando a reação; e aideia inovadora, que age como a faísca, dando início ao processo. Assim como na combustão, o processo não se inicia ou é encerrado no momento em que algum elemento fica ausente.

Imagine como seria viver sem televisão. Há 80 anos ela não existia. Então, inventaram a televisão, conceberam o aparelho e a tecnologia de transmissão de imagem e áudio simultâneos.
Hoje, você consegue imaginar um aparelho de TV apenas para assistir conteúdo televisivo? Provavelmente não. Veja: Você pode ser acordado por uma função despertador da TV. Depois pode tomar o café da manhã assistindo o seu telejornal. Ao chegar no escritório, pode desempenhar suas atividades no PC ou notebook ligado ao monitor/TV e ainda observar através do seu sistema de segurança interno quem está entrando no prédio. Ao almoçar no shopping, escolhe através de um cardápio eletrônico e senta-se à mesa observando highlights das notícias da manhã e a previsão do tempo – numa TV. E a lista não termina…
Invenção e inovação tem diferença na concepção. Um produto novo não é, necessariamente, inovador. Inovação não exige invenção de um novo produto. Sugerir melhorias nos processos, descobrir novas alternativas, fazer melhor, mais rápido, de forma mais produtiva, é um bom começo para quem deseja inovar.Liberte-se de conceitos e preconceitos. Quebre paradigmas e desafie sua capacidade de criar!
Comece agora! Faça algo diferente e produza resultados perceptíveis! Isso é inovar.
* Robert Alencar é especialista em Gestão Empresarial com mais de 15 anos de experiência. Graduado em Arquitetura e Urbanismo, com MBA em Gestão Empresarial pela Unversidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS. Apaixonado por tecnologia e produtos de última geração, é gerente executivo na Tron Campo Grande (MS) e autor do blog Papo High Tech (http://papotel.blogspot.com)

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