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segunda-feira, 11 de outubro de 2010

The human side of management -FGV Competências Gerenciais


The human side of management

Administradores capazes são muito raros devido à enorme quantidade de pré-requisitos para uma função gerencial. O administrador deve possuir algumas habilidades tradicionais em finanças, controle de custos, alocação de recursos, desenvolvimento de produtos, marketing, produção, tecnologia e outras; deve dominar estratégia, persuasão, negociação, saber escrever, ouvir e expressar-se; deve assumir responsabilidades pelo sucesso corporativo, ganhar dinheiro e saber distribuí-lo; deve demonstrar liderança, integridade, caráter, visão, paixão, sensibilidade, comprometimento, inteligência, comportamento ético, carisma, sorte, coragem, tenacidade e humildade. Além de tudo isso, os bons administradores agem como amigos, mentores e guardiões de seus subordinados.

Uma das razões para a escassez de grandes administradores é que, na educação e no treinamento dos executivos, muito mais atenção é dada às habilidades técnicas que ao caráter. Sabemos como ensinar as ciências da administração - estatística, análise de dados, produtividade, controle financeiro. Entretanto, as dúvidas sobre como ensinar uma pessoa a agir como um grande administrador são muitas. Como conseqüência, tendemos a subestimar a importância do elemento humano na administração.

Administrar não se resume a uma série de tarefas mecânicas; o gerenciamento é um conjunto de interações humanas. Nós adoraríamos trabalhar para um chefe que sabe pouco sobre computadores ou marketing, mas que é um excelente ser humano; por outro lado, não gostaríamos de trabalhar com um chefe que tem um excelente conhecimento técnico, mas que apresenta falhas de caráter.

Ser um grande administrador requer imaginação. A visão e a estratégia da empresa devem ser originais, não convencionais. Para ilustrar esse fato, o autor descreve a história de Hal Rosenbluth e seu bisavô Marcus. Quando Marcus Rosenbluth abriu uma agência de viagens em 1892, na Filadélfia, Estados Unidos, ele não se viu como um agente de viagens qualquer. Diferentemente de seus concorrentes, que apenas vendiam passagens, Marcus se viu no mercado de imigração. Além de vender passagens, ele passou a dar suporte e emprestar dinheiro para os imigrantes. Quase 90 anos depois, Hal Rosenbluth introduziu computadores nos sistemas de reservas de passagens aéreas.

Outra característica fundamental dos grandes administradores é a integridade. Todos os gerentes e executivos acreditam que agem com integridade; na verdade, muitos têm problemas com o conceito. Integridade não significa lealdade incondicional nem discrição; o seu verdadeiro significado é ser responsável, honesto, manter promessas, conhecer a si próprio, ou seja, ser honrado e não mentir para si mesmo. Os grandes administradores têm dois chefes: um organizacional e outro moral.

Os administradores respeitados sabem delegar sua autoridade, fazendo com que seus subordinados sintam-se capazes e poderosos, gerando maior criatividade e sentimento de responsabilidade. O exemplo citado pelo autor é a história de Ricardo Semler, CEO da Semco, em São Paulo. Em 1980, quando Semler assumiu o negócio, suas empresas fabricavam desde chicletes até combustível de foguetes. O desastre financeiro estava próximo. Com medidas drásticas, baseadas na delegação de poderes e na confiança, Ricardo Semler conseguiu dobrar as vendas já no primeiro ano. Semler continuou responsável pelos contratos, pelas alianças e pelo estilo de administração da empresa; todas as outras funções foram delegadas.

Ser um bom administrador é um exercício constante de aprendizagem, educação e persuasão. Fazer com que as pessoas façam o melhor para os clientes, para a empresa e para elas próprias é difícil, pois significa fazer com que essas pessoas entendam e queiram fazer o que é melhor. Isso requer integridade, delegação de poderes, coragem, tenacidade e habilidades técnicas.

Segundo o autor, o administrador deve criar excitação entre seus subordinados, o que significa ter a capacidade de motivá-los. Os gerentes e executivos devem descobrir e desenvolver talentos, criar valor, e combinar as atividades com paixão, a fim de gerar vantagens para todos.

Thomas Teal compara o papel de um grande administrador ao de um herói. Segundo ele, criar valor, preservar e criar empregos, fazer a coisa certa e ser produtivo são atos que são associados ao heroísmo. O administrador lida com desafios humanos sem escapar de suas responsabilidades. O administrador é um idealista.

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